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caderno               sobre

Corpo-seco Lembra daquela casinha

Que sozinha desabita

O lado de lá do morro?

Nela desvive um velhinho

Que de tanto estar sozinho

Foi virando corpo-seco.

Um esqueleto sequinho

Ainda sentado à mesa

Como quem toma café

Só que lhe falta a cabeça:

Quase rolou pelo chão

Mas ele teve a presteza

De segurá-la nas mãos.

É desse jeito que nascem

As casas de corpo-seco

Que medram por estes pastos.

Gente que de tão sozinha

Vai virando corpo-seco

Sem perceber que definha

Sem dar conta que morreu.


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