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caderno               sobre
  • Foto do escritor: cucaalmeida21
    cucaalmeida21
  • 25 de ago. de 2022
  • 1 min de leitura

Corpo-seco Lembra daquela casinha

Que sozinha desabita

O lado de lá do morro?

Nela desvive um velhinho

Que de tanto estar sozinho

Foi virando corpo-seco.

Um esqueleto sequinho

Ainda sentado à mesa

Como quem toma café

Só que lhe falta a cabeça:

Quase rolou pelo chão

Mas ele teve a presteza

De segurá-la nas mãos.

É desse jeito que nascem

As casas de corpo-seco

Que medram por estes pastos.

Gente que de tão sozinha

Vai virando corpo-seco

Sem perceber que definha

Sem dar conta que morreu.


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Textos: Humberto de Almeida
 Ilustrações: Cuca Almeida e Dorian Vieira
© Gato Pingado 2020
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